Julho 26, 2024

Vários cidadãos no município de Viana, província de Luanda, mostram-se agastados dias depois da quadra festiva com a postura dos ditos “comerciantes de boleias”, vulgo taxistas dos azuis e brancos, que procuram infernizar diariamente a vida de quem depende dos seus serviços, com aumento exponencial dos preços da corrida e sobretudo fazer linhas curtas em pleno “mês da fome” – Janeiro.

Vários cidadãos no município de Viana, província de Luanda, mostram-se agastados dias depois da quadra festiva com a postura dos ditos “comerciantes de boleias”, vulgo taxistas dos azuis e brancos, que procuram infernizar diariamente a vida de quem depende dos seus serviços, com aumento exponencial dos preços da corrida e sobretudo fazer linhas curtas em pleno “mês da fome” – Janeiro.

Por: Ngola Ntuady Kimbanda Nvita

Ouvidos pela equipa de reportagem do Imparcial Press, António Duarte Pedro, de 35 anos, que diz viver num dos bairros do município satélite e trabalhar no centro da cidade, considera, nessa época, os “comerciantes de boleias” como os mais desumanos que, alegadamente, existem no país, por, segundo ele, serem os que mais infernizam a vida dos pobres residentes na cidade capital.

“Eu vivo em Viana e trabalho no centro da cidade, senhor jornalista, e por dia chego a gastar mais de 1500 kwanzas. Não entendo o porquê dessa atitude dos que dizem estar com o cidadão pacato. Fim ao cabo, eles são os que mais roubam os cidadãos”, disse.

Maria Joaquim e Cândida Mateus, respectivamente, ambas residentes no bairro da Estalagem, acusam, no entanto, essa franja da sociedade de ser o grupo de profissionais que menos se deve confiar, principalmente nessa fase do campeonato em que tudo aparenta ser difícil para todos.

Essa classe, para as também estudantes do curso de Gestão, é a mais víbora que existe, alegadamente em todo o território nacional. “Deixámos de confiar e acreditar nessa classe de cidadãos há muito tempo. Esses são os que não se deve confiar. São víboras, principalmente nessa fase do campeonato. Mas, eles arrepender-se-ão também quando essa fase chegar ao fim. Veremos, aí, quem é quem”, ironizam.

Já Mabiala João, um outro cidadão ouvido pela equipa do Imparcial Press no local, confessou nunca ter acreditado na classe dos taxistas, por ser a que menos se importa com o sofrimento dos angolanos nessa fase mais difícil e concorrida.

“Não sei porquê ainda existem pessoas que acreditam cegamente na classe dos taxistas nessa fase, principalmente. Nessa altura, os taxistas são os que mais roubam os cidadãos com o aumento dos preços da corrida e das linhas curtas. Nunca se interessaram com o sofrimento do povo. Deixei de acreditar nesses senhores há bué de tempo, mô irmão. Esses gajos não merecem nossa atenção”, finalizou.

O Imparcial Press ouviu, igualmente, como manda os cânones do bom jornalismo, o responsável pela Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, que, embora diz não entender a verdadeira razão que leva os membros da sua associação a pautarem por essa conduta.

De acordo com o nosso interlocutor, a especulação de preços e encurtamento de rotas é, de facto, um problema que deve ser resolvido com base na causa e não nos efeitos. O desajustamento do mapa de rotas de Luanda é um dos fatores negativos que faz com que alguns taxistas não inscritos se aproveitem da situação.

“A profissionalização e o registo dos veículos ao serviço de táxi, é outro mal que faz a ocasião de muitos indivíduos se passarem por taxistas especulando e encurtando rotas”, enfatizou.

Francisco Paciente alega ainda que o mau estado das vias, por conta das chuvas, levaram por avaria muitas viaturas que prestam serviço de táxis e reduziu a oferta de transportes, o que faz com que muitos amadores, com carros descaracterizados, entrem na actividade de táxi aproveitando as enchentes nas paragens.

“ANATA reconhece momentos difíceis por parte dos taxistas, mas exorta a todos a não especularem os preços nem encurtar rotas. Pois, a actividade de táxi está no quadro dos preços vigiados nos termos da lei”, salientou.

O responsável da ANATA revelou ao Imparcial Press que a sua organização domina a situação, já há dias, por via de algumas reclamações recebidas. “ANATA já colocou em diversas zonas de Luanda os seus membros para constatar e apurar os factos. Portanto, a ser verdade, a ANATA vai, dentro da sua legitimidade, punir tais cidadãos que assim procedem”, finalizou.

Ecos do henda

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