Julho 27, 2024

As negociações lideradas pelo emissário do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden para uma nova libertação de reféns, acompanhada por uma pausa nos combates na Faixa de Gaza, estão “a correr bem”, garantiu hoje um porta-voz da Casa Branca.

“As indicações iniciais que temos de Brett (McGurk) são de que as discussões estão a correr bem”, frisou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, citado pela agência France-Presse (AFP).

Brett McGurk, coordenador da Casa Branca para o Médio Oriente e Norte da África, visitou o Cairo esta quarta-feira e esteve hoje em Israel para reuniões com o governo, bem como com as famílias dos reféns norte-americanos detidos na Faixa de Gaza.

No Cairo, McGurk, reuniu-se com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, que lembrou que Israel prevê manter as “intensas operações terrestres” para desmantelar “os restantes batalhões do Hamas no centro e no sul de Gaza”.

Mas garantiu que o Governo israelita “ampliará a autoridade concedida” aos seus negociadores para a libertação de reféns.

O líder da oposição israelita e membro do gabinete de guerra, Benny Gantz, alertou esta quarta-feira que se não for alcançado um acordo com o Hamas, Israel invadirá a cidade de Rafah em Março, durante o Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos.

Fontes palestinianas adiantaram à agência Efe que poderá ser alcançada uma segunda trégua temporária na guerra em Gaza, já que o movimento islamita palestiniano Hamas estaria disposto a fazer concessões.

“O Hamas renunciou à sua exigência de um cessar-fogo permanente e de uma retirada total de Israel de Gaza, em troca de garantias de que os seus líderes não serão assassinados”, de acordo com as fontes palestinianas a partir do Cairo, onde decorrem as negociações para uma possível trégua.

Estas condições passariam a ter um carácter progressista, uma vez que os islamitas estariam dispostos a ter uma trégua temporária de seis semanas, desde que as “negociações para um cessar-fogo permanente” começassem imediatamente a seguir, segundo o líder do Hamas, Mousa Abu Marzouk, numa entrevista à estação de rádio egípcia Al-Ghad hoje divulgada.

O Hamas continua a exigir o regresso dos deslocados internos do norte de Gaza e a libertação de 500 prisioneiros palestinianos por cada um dos 134 reféns israelitas, segundo Abu Marzouk.

Por sua vez, o Wall Street Journal noticiou hoje, citando fontes oficiais egípcias, que o Hamas estava disposto a trocar todos os reféns por 3.000 prisioneiros, incluindo alguns com longas penas de prisão.

Além disso, segundo este jornal, a libertação dos reféns “soldados israelitas” estaria sujeita à subsequente obtenção de um cessar-fogo permanente e à retirada completa das tropas de Gaza, segundo fontes egípcias.

Para esta sexta-feira está prevista a retoma das negociações em Paris com uma cimeira de alto nível centrada na libertação de reféns que, segundo as mesmas fontes, contará com a presença do chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), David Barnea, do primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, o chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel, e o chefe da CIA, Bill Burns.

Mais de 29.300 habitantes de Gaza morreram em 139 dias de guerra na Faixa de Gaza, segundo o movimento islamita palestiniano Hamas, que estimou que cerca de 8.000 corpos desaparecidos estejam sob os escombros e há mais de 69.300 feridos.

Israel declarou guerra ao Hamas após um ataque do grupo em solo israelita em 07 de Outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos e mais de 240 sequestrados.

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