A explosão que se fez ouvir nesta segunda-feira, 08 de Abril de 2024, pelas 16 horas, no bairro Novo, arredores da capital do Cuando Cubango deixou aos pedaços dois homens e uma mulher. Os três aparentam estar na faixa ectária dos 25 aos 50 anos de idade.
João Chimanto, de 52 anos de idade, foi àquele bairro visitar o seu avó, posto no local, ligou para o seu amigo, que de seguida, foi ao encontro do mesmo, na companhia de uma moça que transportava uma pasta com duas minas anti-tanques, do tipo M15 de fabrico Norte Americano, ambos se fizeram transportar numa motorizada de marca Bajaja. Segundo as testemunhas, João Chimanto julgava-se especialista com competências para desmontar os engenhos bélicos para deles retirar o famoso mercúrio vermelho.
Os três entraram numa obra, situada no quintal do avó de João Chimanto, para tentar abrir as minas, e em menos de 15 minutos os moradores do bairro Novo, foram surpreendidos por uma explosão que matou, no local, o suposto técnico-João Chimanto-, e a moça. A terceira vítima saíu do local com ferimentos graves, e morreu à porta do Hospital Geral do Cuando Cubango.
O Comandante Municipal da Polícia em Menongue, Intendente João António, e o Major Fernando Fulai da Brigada de Engenharia Militar da Região Sudeste, que estiveram no local da explosão, garantiram que a Polícia e os operadores do processo de desminagem, que actuam no Cuando Cubango, vão investigar para aferir a proveniência deste material bélico, que se presume ter sido retirado duma das bases dos operadores.
Esta não é a primeira vez que pessoas morrem, no Cuando Cubango, na tentativa de abrir engenhos explosivos para extração do tão almejado mercúrio vermelho. No dia 01 de Novembro do ano passado, na comuna do Caiundo, aldeia de Tchinongue, a 20 km de Menongue, também 3 pessoas morreram na sequência da explosão de um granada, que além dos mortos, deixou feridos mais 6 membros da mesma família, que estavam na faixa ectária dos 15 aos 65 anos.
Em 2023, no bairro Sanda, também em Menongue, 6 crianças, da mesma família, perderam a vida depois da explosão de um engenho- morteiro 60-, com o qual brincavam, factos semelhantes aconteceram nos municípios de Nancova com 3 vítimas mortais, e em Mavinga com 4 mortes de jovens que tentaram abrir um obús.
Além das mortes causadas por tentativa de abrir os engenhos explosivos para extrair mercúrio, as minas continuam a matar pessoas, na maior parte dos 9 municípios da Terra do Progresso, um territótio nos qual os operadores ainda apontam para a existência de várias zonas vermelhas do ponto de vista do cadastramento e mapeamento das zonas minadas.