Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) assinou, quarta-feira, em Luanda, cinco contratos de projectos, avaliados em 330,8 milhões de dólares, para o sector produtivo, que prevê garantir 3.496 postos de trabalhos, dos quais 94 por cento direccionados para nacionais.
Os projectos rubricados pelo presidente do Conselho de Administração da AIPEX, Arlindo Ngueva Narciso Chagas Rangel, e pelos representantes das empresas mentoras dos projectos, estão direccionados nos domínios da Construção Civil e Obras públicas, Agricultura, Indústria e da Prestação de Serviço, bem como Manutenção e Exploração comercial do terminal polivalente do Porto do Lobito.
O primeiro projecto é do terminal polivalente do Porto do Lobito, na província de Benguela, que consiste na gestão, manutenção e exploração comercial do terminal de contentores e carga geral, um valor de 188.311 milhões de dólares, num investimento francês, prevê a criação de 726 postos de trabalho.
Consta ainda dos projectos, o “Esplendor florestal”, avaliado em 47.182 milhões de dólares, que contempla o plantio, exploração e transformação de toros em madeira, a ser implementado nas províncias de Benguela e Huambo, com garantia de 200 postos de trabalhos, num investimento directo estrangeiro das Ilhas Maurícias.
Foi, igualmente, assinado o contrato de investimento do projecto “Casais Angola Engenharia e Construção, S.A”, avaliado em 45.349 milhões de kwanzas, oriundos de Portugal. O projecto ligado à construção civil e obras públicas vai ser implementado em Luanda e Lobito (Benguela), com uma garantia de 1.440 postos de trabalho.
Dos acordos assinados ontem, consta igualmente o projecto denominado “Koll Mob Angola”, especialista em produção de mobiliário, com um investimento nacional de 30 milhões de dólares, que prevê a criação de 500 postos de trabalho.
Por último, foi rubricado o projecto “Fuanda International CO”, de origem chinesa, orçado em 30 milhões de dólares. A iniciativa de produção de silício visa garantir um total de 420 postos de trabalho.
Investimento estrangeiro
O PCA da AIPEX, Arlindo Ngueva Narciso Chagas Rangel, realçou, depois da assinatura dos projectos, que dos 58 acordos assinados no corrente ano, grande parte encontra-se em curso, incluindo, os rubricados ontem.
Um dos acordos já em curso, informou Arlindo Ngueva Narciso Chagas Rangel, é o projecto da África Global Logística (AGL), responsável pelo desenvolvimento do Terminal Polivalente do Porto do Lobito, onde os investidores efectuaram o pagamento da concessão.
Com essas acções, segundo o responsável, as expectativas são enormes, porque alguns dos projectos, embora tenham sido assinados ontem, já se encontram em execução.
Quanto a atracção de mais potenciais investidores, Arlindo Ngueva Narciso Chagas Rangel afirmou que, os projectos assinados pela AIPEX são todos relacionados ao sector produtivo, uma área abrangente, já que para o país possa ter produtos agrícolas com qualidade, “é necessário grandes apostas sobretudo, no processo de escoamento”.
Parceria vantajosa
O director-geral da África Global Logística (AGL), Jean Yves Lunot, que assinou em conjunto com o PCA da AIPEX, o contrato de investimento privado do Projecto Terminal Polivalente do Porto do Lobito, realçou que sente-se satisfeito com a parceria com o Governo angolano, porque o contrato irá permitir enquadrar a concessão de portos, num período de 20 anos.
O projecto incorporado no Corredor do Lobito, teve início em Março do corrente ano, e o contrato de concessão foi assinado em Dezembro de 2023. O investidor reforçou que a empresa dedicada à logística é parceira de 49 países de África.
Por sua vez, o representante do grupo “Casais Angola Engenharia e Construção, S.A”, Luís Miguel Faria, frisou que o acordo assinado representa uma aposta no mercado angolano, e um aumento de investimento que o grupo tem feito ao longo dos anos para o desenvolvimento económico de Angola. Trata-se de um reinvestimento no mercado angolano, já que o grupo tem várias empresas que têm apostado em vários segmentos de negócios.
Executivo satisfeito com empenho do sector privado
O ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d’Abreu, que testemunhou o acto de assinatura dos contratos rubricados ontem, em Luanda, sublinhou que, no âmbito do programa de concessões desenvolvido pelo Executivo, resultou um valor acumulado de 380 milhões de dólares de prémios de concessão, e obrigações de investimento na ordem do 1,3 mil milhões.
Falando à imprensa, o governante frisou o investimento de mais de 180 milhões de dólares que visa a melhoria do terminal polivalente do Porto do Lobito.
“Este investimento vai melhorar a capacidade do Porto do Lobito, em particular deste terminal, no âmbito do extenso programa que o Executivo tem desenvolvido, que é o Corredor do Lobito”, frisou realçando que, são obrigações de investimentos que fazem parte daquilo que são Cadernos de Encargo e os Contratos de Concessões em curso.
“Sentimo-nos satisfeitos de ver a AIPEX, que de forma célere, tem conseguido garantir aos investidores todos os direitos que lhes é merecido a nível da Lei de Investimento Privado, o que permite maior confiança a mais investidores que queiram fazer parte do esforço do Executivo, no engajamento do sector privado”, sublinhou.
Exploração sustentável
Por sua vez, o secretário de Estado para as Florestas, João da Cunha, que também presenciou os acordos assinados, considerou importante o projecto ligado ao sector Florestal, porque permitirá a exploração da madeireira, fundamentalmente dos eucaliptos.
“Para além da exploração tem, também, uma componente de reflorestação. Haverá o plantio de novas áreas que vai garantir uma exploração sustentável deste recurso, que é importante para o país”, frisou reforçando que, o país testemunhará a produção de mais madeiras disponíveis para o mercado nacional e internacional.
No evento esteve também presente o secretário de Estado para a Indústria, Carlos Rodrigues, que mostrou-se satisfeito com os dois projectos direccionados ao sector.
Carlos Rodrigues garantiu que da parte do Executivo está garantido o apoio necessário para que as cinco intenções se concretizem de facto, já que serão um valor agregado para a economia nacional.
JA