
O presidente norte-americano, Donald Trump, culpou a Ucrânia pela guerra com a Rússia, em resposta às queixas do país por ter sido deixado de fora das conversações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre o fim do conflito.
Redacção
“Estou muito desapontado. Ouvi dizer que eles estão chateados por não terem um lugar (nas conversações). Hoje ouvi dizer: ‘Oh, bem, não fomos convidados.’ Vocês estavam lá há três anos. Não deviam ter começado. Podiam ter feito um acordo”, afirmou Trump, na terça-feira à noite, numa intervenção na Florida, segundo a Reuters.
Neste discurso, Trump também pressionou Zelensky para convocar eleições na Ucrânia, parecendo fazer eco de uma das principais exigências de Moscovo, e deu a entender que vai encontrar-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, ainda antes do final do mês.
“Eles querem um lugar à mesa, mas o povo da Ucrânia não teria uma palavra a dizer? Há muito tempo que não temos eleições. Não se trata de uma questão russa, é algo que vem de mim, de outros países”, disse.
Segundo ele, tem uma situação em que não houve eleições na Ucrânia, em que temos essencialmente uma lei marcial na Ucrânia, em que o líder da Ucrânia tem, “detesto dizê-lo, um índice de aprovação de 4% e em que um país foi reduzido a cinzas”, defendeu o presidente dos Estados Unidos.
A Ucrânia encontra-se sob um estado de exceção previsto pela própria Constituição e que não obriga a realização de eleições enquanto o país estiver sob o sinal de invasão militar estrangeira.
Zelensky criticou, esta semana, as conversações entre os Estados Unidos e a Rússia por excluírem Kiev, afirmando que os esforços para pôr fim à guerra devem ser “justos” e envolver os países europeus.
Na terça-feira, adiou a própria viagem à Arábia Saudita, onde se realizaram as conversações entre os EUA e a Rússia.
Entretanto, Keith Kellogg garantiu que os Estados Unidos vão “ouvir” o presidente Zelensky.
“Estão a decorrer entre representantes da Rússia e representantes dos Estados Unidos. Sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia”, sublinhou Zelensky.
A guerra foi desencadeada pela Rússia, que invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022.
Nas conversações na Arábia Saudita, Washington e Moscovo concordaram em nomear negociadores sobre a guerra, sem a participação da Ucrânia ou de países da Europa.