Outubro 18, 2024

O coordenador da Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo 2024, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, apelou, quarta-feira, em Luanda, à participação, sem distinção, de toda a sociedade na realização do Censo Piloto da População.

Francisco Furtado, que falava durante a cerimónia de abertura do Censo Piloto, fez saber que as informações resultantes do processo vão permitir obter indicadores de quem somos, quantos somos e como vivemos.

“Para o efeito, é convidada toda a sociedade, sem distinção, a participar e contribuir no fornecimento de dados importantes que os nossos operadores censitários irão apresentar através de um inquérito, cujo tema é “Juntos contamos por Angola”, destacou.

Francisco Furtado reconheceu que a operação será difícil, tendo em conta os vários obstáculos previstos no seu percurso.

Entre os vários obstáculos, destacou a transmissão da informação e sensibilização da população, o processo da transumância da população, com realce para algumas regiões do Sul do país, a língua, como veículo de comunicação, a inacessibilidade a determinadas localidades, falta de cobertura da rede eléctrica em algumas zonas rurais, falta de cobertura do sinal de comunicações, face à tecnologia a utilizar pelos  operadores censitários, entre outras.

“Perante este quadro, é importante juntar sinergias e envolvermo-nos todos para o êxito de mais um programa de interesse nacional”, exortou o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, que disse estar convicto no sucesso da operação, dada a amostra já dada pelo povo angolano em diversas circunstâncias de que “juntos somos mais fortes”.

Face aos obstáculos previstos no percurso desta empreitada, que vai durar um mês, o coordenador da Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo 2024 exortou a colaboração de “todas as forças vivas” da sociedade, como os governos provinciais, igrejas, comunidades, associações e os cidadãos, a participarem no processo, cooperando e protegendo os operadores censitários e os seus equipamentos, lembrando que só desta forma será possível alcançar os objectivos almejados.

Francisco Furtado ressaltou, ainda, que o Censo Piloto é uma das etapas de preparação para a realização do Censo Geral da População e Habitação, marcado para o próximo ano. Francisco Furtado explicou que esta fase consiste, fundamentalmente, em testar o nível organizacional para operacionalização de todos os procedimentos associados à implementação operativa, logística, técnicas, funcionais e organizativa que vai conduzir a operação geral do Censo Geral da População e Habitação no próximo ano.

“Dentro de aproximadamente quatro meses, Angola completará 48 anos como Nação independente, um direito conquistado a 11 de Novembro de 1975, e, no próximo ano, 2024, realizará, pela segunda vez, o recenseamento geral da população, tendo, igualmente, como meta, a realização, em simultâneo, do censo habitacional”, destacou.

Importância do inquérito

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República recordou que o primeiro acto de recenseamento populacional ocorreu em 2014, acto que disse ter permitido obter indicadores da população, “elemento fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação”.

Transcorridos nove anos e dado o facto de se ter observado um crescimento da população em todo o território nacional, além de uma explosão demográfica, Francisco Furtado salientou que era necessário a realização, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a condução do censo da população e da habitação em toda a extensão do território nacional.

Francisco Furtado disse ser neste espírito que o Presidente da República e Titular do Poder Executivo criou, ao abrigo do Despacho Presidencial nº 290/22 de 30 de  Dezembro, a Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Recenseamento Geral da População e da Habitação em 2024.

O objectivo geral desta comissão, explicou, passa por preparar e fornecer dados de referência para os variados sectores da sociedade, visando garantir  e preparar as condições técnicas, financeiras, materiais e logística para a realização do referido censo, tendo em vista a visão estratégica para a realização do Censo Geral de 2024.

O Censo Piloto vai realizar-se em sete províncias do país, nomeadamente, Bengo, Bié, Cuando Cubango, Cunene, Luanda, Lunda-Norte e Uíge, em 14 municípios, sendo dois em cada província.

  Ferramenta essencial para recolha de dados sobre a população

O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, considerou o censo populacional uma ferramenta essencial para a recolha de informações demográficas e socioeconómicas sobre a população de um país, que resulta de um levantamento detalhado e abrangente. Mário Caetano João salientou que este exercício permite fornecer dados actualizados sobre a composição da população, como idade, sexo, grupos étnico-linguísticos, educação, ocupação, renda, entre outros aspectos como habitação.

O também coordenador adjunto da Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo 2024 disse existirem várias razões que ilustram a importância da realização do censo populacional, tendo destacado, entre elas, o planeamento e políticas públicas.

“Os dados do censo ajudam os governos a planearem e a implementarem políticas públicas eficazes nas áreas de saúde, educação, habitação, transporte e serviços sociais, como um todo”, frisou.

Mário Caetano João ressaltou que essas informações fornecem uma base sólida para alocação de recursos e o desenvolvimento de programas específicos para atender as necessidades da população.

Por outro lado, prosseguiu, o censo permite, também, estimar a população total de um país, região ou cidade, que são usados para diversos fins, incluindo a distribuição de recursos financeiros e determinação da representação política, em níveis locais, regionais e nacionais. “As informações demográficas e socioeconómicas recolhidas pelo censo são valiosas para as empresas e empreendedores, na medida em que ajudam a identificar oportunidades de negócios, entender as necessidades dos consumidores, planear estratégias de marketing e tomar decisões informadas sobre a localização e expansão de empresas”, aclarou.

O ministro da Economia e Planeamento reforçou que as informações fornecidas pelo censo constituem, igualmente, fontes ricas para a pesquisa académica em várias disciplinas, como a sociologia, a economia, geografia, demografia e estudos populacionais, além de permitir uma análise de tendências ao longo do tempo, facto que considerou crucial para entender as mudanças da estrutura demográfica e social de uma população.

Mário Caetano João ressaltou que as informações fornecidas pelo censo ajudam a identificar desigualdades sociais e económicas, como disparidade de renda, acesso à educação e saúde, segregação residencial e discriminação.

“Essas informações são fundamentais para a promoção de políticas de inclusão social e combater a exclusão e a discriminação, bem como desempenha um papel vital na compreensão da dinâmica demográfica de uma população, orientando o planeamento e a tomada de decisões em várias áreas”, aclarou.

JA

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