Julho 27, 2024

Segurança e conforto nas vias rodoviárias e zonas de lazer são os ganhos das obras das infra-estruturas estruturantes no litoral da província de Benguela, que alegram e orgulham a população, apurou a ANGOP.

Este projecto de obras estruturantes, que prevêem gerar cerca de 10 mil empregos nos próximos cinco anos, custam 415 milhões de euros e visam melhorar o panorama do litoral de Benguela, com a recuperação das vias de acesso, sistemas de abastecimento de água, edifícios públicos e rede de iluminação pública.

Em pouco tempo, estas obras “emergenciais”, face ao avançado estado de degradação das infra-estruturas básicas, devolveram a dignidade reclamada há anos pelos munícipes, com a reabilitação, por exemplo, em Benguela, da avenida Serpa Pinto, vulgo estrada da Maxi, hoje com pavimento de betão, iluminação pública e sistema de macro-drenagem.

Também a conhecida praia Morena, principal cartão postal da cidade de Benguela, e o Museu Nacional de Arqueologia apresentam nova imagem, fruto da sua reabilitação, no intuito de promover o turismo e a cultura a nível local.

O cine-teatro Monumental, a avenida 31 de Janeiro e a nova marginal da Praia Morena até à foz do rio Cavaco, são outras obras que aumentam, a cada dia, a expectativa dos benguelenses de verem a cidade transformada num bom lugar para se viver.

Já na cidade do Lobito, o impacto do projecto integrado de obras, no âmbito de um financiamento autorizado pelo Presidente da República, João Lourenço, por parte da empresa ASGC Limited, do Reino Unido, é notável nas avenidas Sócrates Dáskalos, Salvador Correia e Cerveira Pereira, que se interligam através da rotunda da Unidade Operativa.

Antes, a circulação automóvel no centro da cidade do Lobito e de Benguela era um autêntico caos, com constantes engarrafamentos devido ao mau estado em que se encontravam estas avenidas, hoje completamente restauradas para a alegria dos automobilistas e dos pedestres.

Munícipes satisfeitos

Moradora da rua de Angola há 24 anos, a cidadã Margarida Jerónimo, 61 anos, prefere destacar a recuperação do antigo edifício dos cubanos – que em breve será inaugurado como complexo administrativo do Governo Provincial de Benguela – como uma obra imponente que surpreendeu os benguelenses.

Lembra que tanto os apartamentos, que estavam inacabados, como o campo polivalente em abandono, mas já restaurado – na mesma área, eram abrigo de meliantes desde os anos 90 e foco de prostituição.

“Era um pesadelo (…). Nós não sabíamos quando iria terminar, mas graças a Deus apareceu este governador que conseguiu pôr a mão nisso”, diz, notando que ninguém esperava que aquele edifício, abandonado há mais de três décadas, viesse um dia a ser uma obra perfeita.

Valter Martins da Cruz, engenheiro civil, enfatiza que, hoje, o trânsito está uma “maravilha” e é agradável pela avenida Serpa Pinto, onde, há pouco menos de um ano, havia buracos e poeira que dificultavam a circulação dos automobilistas e peões.

Contudo, adianta que, desde a requalificação daquele importante troço destinado ao tráfego de veículos pesados de e para o Norte do país, através da Estrada Nacional EN100, o comércio evoluiu muito e abriram muitas lojas, gerando postos de trabalho para os jovens.

“Melhorou a vida de todos nós, já que antes inalávamos muita poeira e diminuiu a bandidagem dos miúdos”, opinou.

Também Elvira Villalba, moradora há cinco anos no bairro Benfica, recorda que a comunidade sofreu, durante anos, com as consequências da poeira, sempre que os camiões carregados de mercadorias passassem naquela via.

Elvira Villalba contou que planeava mudar de bairro porque a poeira entrava nas fissuras da porta de casa e janelas, o que deixava os móveis sujos e tornava a vida assaz difícil.

Felizmente, segundo ela, tudo isso já passou e, neste momento, os moradores vivem um cenário completamente diferente e com a esperança renovada.

“Estava muito preocupada com a questão da poeira e estava com plano de mudar para outra zona”, ressaltou, notando que a obra trouxe melhorias no sistema de drenagem das águas residuais, que já estava com sérios problemas.

Makiesse Feliz, que faz do artesanato seu ganha pão, admira a nova imagem da praia Morena, hoje com quiosques de madeira, balneários públicos, palmeiras, calçadão e iluminação pública para a segurança dos utentes.

Como consequência, observa que o número de turistas aumentou, o que tem estado a impulsionar as vendas de peças de artes confeccionadas pela comunidade Rasta Fary, na oficina de artesanato construída no local.

A jovem Suzete Correia, que faz caminhada na praia Morena duas a três vezes por semana, está contente com o conforto e a segurança naquela zona de lazer, sobretudo a noite.

Para ela, quem frequenta o local para exercícios físicos hoje tem mais comodidade e segurança, uma vez que a nova esquadra de polícia, inaugurada na praia, tem ajudado a reduzir os índices de delinquência.

“As obras estão a valer a pena”, acentua ela, que ainda sugere às autoridades que revejam o sistema de drenagem na praia Morena, pois, quando chove, a estrada inunda e fica intransitável.

Preocupado com a preservação do bem público, Manuel Augusto da Cruz, 61 anos, louva o que já foi feito na cidade de Benguela, mas quer maior aposta na educação cívica da sociedade.

“Vejo as crianças a danificarem as palmeiras. Não podemos estragar”, frisou, para quem a primeira esquadra da Polícia Nacional, instalada na praia Morena, devia inibir com mais acutilância comportamentos desviantes da juventude.

Edmilson da Silva Marcolino também se mostra fascinado com a dinâmica do turismo na praia Morena e que por isso todos os benguelenses saem a ganhar.

De igual modo, destaca que circular hoje em Benguela está mais fácil comparativamente aos anos passados, em que havia muitos engarrafamentos devido ao mau estado das vias de acesso.

“No passado, levávamos mais de 30 minutos para chegar ao centro da cidade de Benguela”, explicou, reforçando que, hoje, os cinco quilómetros da Graça até ao centro são feitos em pouco menos de dez minutos.

Entretanto, o cidadão defende que o Governo Provincial de Benguela olhe também para a degradação dos bairros, sobretudo a Graça, por ter duas instituições do ensino superior, um edifício do Instituto Nacional de Estatística (INE) e um centro de saúde de referência.

Evaristo Caconda sublinhou que a avenida Serpa Pinto tornou-se uma passagem obrigatória das viaturas de e para o Lobito, em função das excelentes condições de circulação.

“Neste momento, é a melhor via da cidade de Benguela com condições de segurança para os carros”, gaba-se, enquanto aponta para os veículos que circulam nos dois sentidos daquela via iluminada e com sinalização horizontal e vertical.

“Os moradores dos prédios dos Cooperantes até já ficam na janela para apreciar o ambiente rodoviário”, atira. E finaliza: “A poeira acabou”. 

ANGOP

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *