Pedro Miguel, jornalista da Rádio Nacional de Angola, é o novo secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), eleito, sábado, durante o VII Congresso Ordinário da classe, decorrido em Luanda.
Durante o conclave, que contou com a participação de 122 delegados das 18 províncias, o, então, candidato da lista A obteve 67 votos a favor, contra 22 de Victorino Matias (terceiro à direita na foto), que liderou a lista B, num processo eleitoral marcado por um número considerável de abstenções.Depois de ser declarado vencedor, sucedendo no cargo a Teixeira Cândido, Pedro Miguel prometeu trabalhar para manter a classe alinhada aos princípios éticos e deontológicos que regem a profissão.
O novo secretário-geral do SJA referiu, ainda, que, durante o seu mandato de quatro anos, vai trabalhar como líder e não “secretário-geral chefe”, prometendo incluir todos na sua gestão, até mesmo aqueles que não votaram na sua lista, “por acreditarmos que dali sairão novas estratégias para lidarmos com os problemas que possam surgir ao longo da nossa liderança”.Pedro Miguel disse que vai dar continuidade ao trabalho e actividades desenvolvidas nos dois mandatos de Teixeira Cândido. “Procurarei, ao meu ritmo, embora (saiba que) não será fácil, me afirmar com os meus métodos, sendo eu mesmo, sem defraudar as expectativas dos colegas que depositaram a máxima confiança em mim e no meu elenco”, prometeu. “Somos um sindicato que emana da Declaração de Windhoek, pautamos pela liberdade de expressão e defesa da carreira. Para nós, defender a liberdade implica proteger a liberdade de imprensa, de expressão, valorizar a carreira e não levar o jornalismo na condição de indigente”, afirmou.
O secretário-geral cessante do Sindicato dos Jornalistas disse acreditar que o seu sucessor está à altura de dar seguimento aos ideais defendidos pela classe. Ao deixar a liderança do SJA, Teixeira Cândido, que além de jornalista é jurista, revelou que vai dedicar mais tempo à advocacia, mas enquanto filiado ao SJA, prometeu prestar “todo o apoio necessário” à nova direcção. “Estarei por perto para qualquer auxílio”, garantiu.No acto de abertura do congresso, Teixeira Cândido apresentou algumas acções realizadas durante o consulado de oito anos, destacando a luta pela liberdade de imprensa no país e a melhoria das condições sociais dos profissionais da classe.Entre os desafios, o jornalista apontou a aquisição da sede para o SJA, a implementação do Qualificador Ocupacional nos órgãos de comunicação social privados e a permanente luta pela liberdade de imprensa no país.Durante os trabalhos, foi feita a apresentação do relatório de actividades e contas durante os últimos oito anos. O jornalista Reginaldo Silva dissertou o tema “Reflexão sobre auto-regulação”, tendo feito uma caracterização do quadro actual da comunicação social em Angola.
Os congressistas discutiram, também, os “Desafios actuais da Comissão da Carteira e Ética (CEE)”, tendo a prelecção sido feita pela sua presidente. Depois de ter-se referido às competências e atribuições da CEE, Luísa Rogério apelou para todos os jornalistas tenham a carteira, por se tratar do documento legal de certificação e habilitação para o exercício da profissão.
Recomendações do Congresso
Os delegados ao VII Congresso Ordinário do Sindicato dos Jornalistas Angolanos recomendaram a formalização de um acordo entre a Comissão de Carteira e Ética e o SJA, para o reforço da fiscalização e verificação da regularidade dos profissionais.Os congressistas recomendaram, igualmente, a notificação dos profissionais em situação irregular no sentido de solicitarem a emissão da carteira junto da CCE.
Os participantes defenderam a alteração da forma de designação dos membros dos conselhos de administração dos órgãos públicos de comunicação social, para salvaguardar a sua independência editorial.Dada à insuficiência de tempo, os delegados deliberaram a extensão do VII Congresso Ordinário para uma data a ser definida, com vista à apresentação e discussão da proposta de revisão do Estatuto do SJA. Os trabalhos serão conduzidos pela mesa da assembleia cessante
JA