Maio 17, 2024

O escritor e artista plástico angolano Álvaro Macieira está a assinalar, antecipadamente, as comemorações dos 50 anos da Independência, proclamada a 11 de Novembro de 1975 com a exposição “KinaMuta – MutaKina”, reunindo 75 obras de 50 autores, no Museu Nacional de História Natural.

As 75 pinturas, esculturas em madeira e em bronze, cerâmica e tapeçaria artística foram reunidas pelo também jornalista, durante cerca de três décadas, fazendo parte da sua colecção. As obras foram seleccionadas pelo curador e artista plástico Kabudi-Eli e celebra ainda um espaço de culto para muitos artistas, o atelier “Kina Muta – Muta Kina”.

Álvaro Macieira assegura que o grande objectivo da exposição é permitir que, sobretudo os estudantes das escolas de artes de todos os níveis, assim como professores e investigadores, tenham a possibilidade de conhecer e aprofundar conhecimentos sobre o percurso artístico, estético e criativo dos autores das obras, como referências no desenvolvimento das artes, em Angola.

Nascido no dia 13 de Maio de 1958, na vila de Sanza-Pombo, na província do Uíge, Álvaro Macieira é jornalista, escritor e consultor cultural. Mas, é como artista plástico que veio a ganhar fama nacional e internacional. Revelou a sua faceta nas artes plásticas em 1998.

Álvaro Macieira é actualmente um dos artistas plásticos mais acutilantes no paronama angolano. A sua frenética produção rompeu barreiras e preconceitos e hoje recebe o merecido reconhecimento da crítica, do grande público e essencialmente dos coleccionadores.

Volvidos pouco mais de 30 anos desde a decisão de abraçar as artes plásticas, Álvaro Macieira é peremptório ao enfatizar que “sempre gostou de arte”. A sua antiga galeria, baptizada por “Kinamuta/Mutakina” veio a ser um espaço físico significativamente importante na sua relação com os artistas e na sua disposição como produtor e, despretensiosamente, coleccionador, a faceta agora tornada pública.

“No final dos anos 1990 e princípios de 2000, eu vivia no Kinamuta, a galeria que ficava num dos prédios da Avenida de Portugal, sentido Kinaxixi-Mutamba, derivando dai o nome”, recorda. Curiosamente, a exposição celebra não apenas o seu “olho clínico” para as artes plásticas, como também toda a cumplicidade de sonhos partilhados e vividos a cada pincelada naquele espaço, palco de ensinamento e de início de carreira para muitos jovens artistas da cena cultural angolana.

“Por exemplo, a minha obra “Clamor pela Paz” foi pintada em 2001, no terraço do prédio. Enquanto eu pintava, recebo uma visita do crítico Adriano Mixinge, que manifestou a vontade de levar a peça a Paris. E assim fez. Em 2002 tivemos paz. Hoje a peça está no nosso aeroporto internacional 4 de Fevereiro”, explica.

Macieira recorda como o Kinamuta era um espaço frequentado por vários jovens artistas da cena cultural de Luanda. Por exemplo, a relação com o artista alemão Horst Pope começa no Kinamuta, garantindo-lhe muita projecção naquele país europeu. Por outro lado, frequentavam também os artistas, como Carlos Lamartine, Maranax, Mamborró e outros. Para lá do erotismo, da invocação à fecundidade e pluralidade de estilos, aponta como grande objectivo mostrar a união entre os artistas. Porém, a exposição da colecção de Álvaro Macieira

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